quarta-feira, 27 de agosto de 2014

FC Porto 2 - Lille 0 - Estamos a aprender


Estamos a aprender conceitos mas quando isto se faz a ganhar é desta forma só podemos estar satisfeitos. Quatro jogos e zero golos sofridos, quatro vitorias, um playoff de acesso á champions league ultrapassado. O processo ofensivo ainda emperra muitas vezes mas o defensivo já parece mais oleado. Como se pode pedir mais? 

O jogo era perigoso, bastava sofrer um golo num lance fortuito que fosse e tornar-se-ia muito complicado (pessoalmente não acho vantagem nenhuma jogar o jogo decisivo em casa em que os golos sofridos contam mais) Quanto ao que se passou no relvado, entramos bem, óptimos 10 minutos inicias com 2/3 oportunidades claras de golo (incluindo um canto "á paços de ferreira"). A partir daí começamos a perder gás e apesar de termos o jogo controlado passamos por uma ou duas situações incómodas mais por culpa nossa, com várias perdas de bola, do que por capacidade da equipa francesa. Nesta toada morna chegamos ao intervalo com sabor amargo de quem esperava mais após os tais 10 minutos. 

Começamos a segunda parte a ganhar com o golo de Brahimi (ainda bem que Quaresma não estava em campo) e a nossa missão ficou mais fácil não partimos para uma exibição de gala mas notou-se o efeito no comportamento (mais calma) e a qualidade de jogo melhorou substancialmente. Chegamos ao segundo e podíamos ter marcado mais um ou outro. Em resumo, uma boa vitória, eliminatória quase sempre controlada e agora vamos a eles. Olhando para os potes podemos ter um grupo com Dortmund, Liverpool e Roma ou um grupo com Basileia, Ajax e Maribor por isso vamos aguardar serenamente pelo sorteio e aí gerar expectativas.

Análise individual (de quem não viu no estádio o que dificulta a análise):

Fabiano: mais seguro nos cruzamentos do que é habitual, apesar da bola que fugiu. Parece também que está a evoluir aos poucos, como a equipa.

Danilo: belíssimo jogo, contra a maior ameaça do Lille,  Origi, cerrou os dentes e ganhou tudo ainda criando desiquilibrios no ataque. Parece outro, dos que tem mostrado maior evolução.

Maicon: grande patrão novamente, ganhou tudo ou praticamente e ajudou Reyes a entrar no jogo.

Indi: seguro a defende, pareceu até mais firme no lado esquerdo. Continuo a não perceber porque se recusa a avançar com o bola mesmo quando não tem adversários próximo preferindo sempre passar ao Alex Sandro.

Alex: se Vitor Baía era elegante até a sofrer golos, Alex Sandro é mais ainda. Corchia deve ter agradecido a sua lesão (antes de saber que ia levar com Indi)

Casemiro: um dos melhores, mostrou que sabe ser um seis. Muito músculo mas com bola nos pés é artista.

Rúben Neves: num meio campo forte fisicamente como o dos franceses não conseguiu manter o nível dos jogos anteriores devido á sua fragilidade. Ainda assim mostrou bons pormenores com na entrega de bola. Mostrou que não pode ser o 6 em jogo de grau de dificuldade maior mas a 8 vai continuar a dar cartas.

Herrera: sou fã do mexicano, não posso esconder. É rápido, fortíssimo e tem pés. Quando tiver mais cabeça, se for uma questão de tempo, vai ser um caso MUITO sério. Hoje e sempre pecou no momento de soltar a bola, as vezes muito cedo, as vezes muito tarde.

Brahimi: juntaram o verdadeiro artista a um carregador de piano. Parece um jogador de futsal pela capacidade de explosão num pequeno espaço (faz lembrar o Ricardinho). E depois ainda marca livres daquela forma. MVP

Oliver: o pior jogo até agora do espanhol. Perdeu muitas bolas e não pareceu tão agressivo como habitual. Ainda assim parece-me que, pelo menos nos próximos tempos, vai ser Oliver e mais dez.

Jackson: grande jogo. Quando a bola não chegava lá souber procurá-la e guarda-la á espera de companheiros. Trabalhou muito e fez um golaço de muito difícil execução.

Reyes: não tremeu e cortou muitas bolas. Aproveitou bem o andamento de Maicon e Indi que estávamos ali ao lado e mostrou-se assertivo.

Evandro: entrou muito bem é o melhor período da equipa também passou por aí. Joga com cabeça levantada e está a reclamar uma oportunidade no onze. Para o lugar de quem? Também não sei...

Ricardo: pouco tempo em jogo mas quando no banco ficaram Quaresma e Adrien por exemplo da para perceber que faz parte do plantel. E ainda bem, gosto da atitude que mostra.

Lopetegui: fica a sensação que podíamos ter arriscado um pouco mais no conjunto dos dois jogos. Não o crítico até porque o resultado está á vista e a exibição também foi aceitável.

Notas:
I - penso que depois de decidirmos a eliminatória, mais dia menos dia, vai chegar Clasie. Não sei se precisamos ou não mas parece-me um excelente jogador e mais próximo de um 6 do que temos até agora.

II - depois da tempestade... ficamos a saber que o nosso treinador sabe LIDERAR. Até podemos fazer uma época abaixo do esperado mas com um líder destes é maio caminho andado para o sucesso, muito mais que mestres da tática.

2 comentários:

  1. De acordo com o seu post, muito bom!

    Off the topic

    Quaresma e os seus tiques de vedeta
    27/08/2014 - A Quaresma pede-se humildade e o reconhecimento de que o colectivo esteja sempre em 1º lugar...

    1 - É bom que o Quaresma se lembre que foi no FC Porto onde ganhou a maior notoriedade de sempre.

    2 – Que foi por imposição sua que saiu do FC Porto para o Inter de Mourinho e que a partir daí nunca mais conseguiu impor-se nem com o treinador Mourinho, nem com ninguém.

    3 – Mais, Quaresma parece esquecer-se que está na curva descendente da sua carreira e se é verdade que lhe sobra experiência, também é verdade que já lhe vai faltando velocidade de pernas, pelos menos já não consegue realizar aqueles piques explosivos de há uns anos atrás.
    Por isso, é lógico que Lopetegui opte por jovens que estão na plenitude dos seus recursos físicos e que além disso possuem atributos técnicos que não são de desprezar.

    4 – Conclusão: a Quaresma pede-se humildade e o reconhecimento de que a equipa está e estará sempre, em primeiro lugar relativamente às suas ambições individuais (egoísmos).
    Os shows para a bancada podem até ser muito bonitos e entretidos, mas nos jogos em que o resultado esteja feito e portanto não seja necessário porfiar/forçar mais, mas só nessas alturas…

    Abraço

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    1. Certo! E,como sempre defendo, só um burro não é capaz de mudar, tenha ele a idade que tiver. E se antes sentar Quaresma no banco era difícil porque era claramente melhor que outros, esta época não é bem assim (até o próprio devia ter consciência disso).

      Agora, como disse no post, não tenho dúvidas que Quaresma e seus amigos assobiadores bateram á porta errada. Temos um líder para quem "no passa nada".

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